top of page

Classificação das crises epiléticas de 2017 pela ILAE (International League Against Epilepsy)

Por Pedro Henrique Oliveira e André Inácio

A classificação das epilepsias vem sendo estudados desde o início do século XX, sendo enfatizada na década de 1960, com os estudos de Henri Gastaut. Um grande avanço foi a classificação da ILAE de 1989 no diagnóstico e tratamento das epilepsias. Embora essas diretrizes permaneçam validos até hoje, é necessário um aprimoramento dos conceitos e das classificações. Tendo isso em vista, a ILAE reavaliou e elaborou uma classificação mais refinada em relação aos tipos de epilepsias. A classificação promove uma melhor compreensão do tipo de crise do paciente, agentes precipitantes, prognósticos e avalia risco de comorbidades.

Dentro disso, a nova classificação leva em consideração múltiplos níveis. Esses níveis são classificados subsequentemente. Iniciando pelo tipo de crise, depois o tipo de epilepsia e por último as síndromes epilépticas. Tudo isso influenciado pelas etiologias da crise, bem como as comorbidades envolvidas. A figura abaixo ilustra o fluxograma e os níveis de classificação.

Classificação epilepsias.png

Tipos de crises epilépticas

O ponto inicial para a classificação é o reconhecimento do tipo de crise epilética, tampouco o clínico já tenha identificado o diagnóstico de epilepsia. As crises epilépticas são classificadas naquelas de início focal, início generalizado e início desconhecido. Os tipos de crise denotam o início da crise.

Tipos de epilepsia

O segundo ponto a ser avaliado é o tipo de epilepsia. Vários tipos de epilepsias incluem múltiplos tipos de crises epilépticas. Os tipos de epilepsia foram classificados em focal, generalizado, focais e generalizados combinadas e desconhecidas. Para diagnosticas a crise do tipo generalizado, o paciente necessita apresentar atividade de complexos de espícula-onda generalizados no EEG. Esse tipo pode apresentar diferentes tipo de crise, como ausência, mioclônicas, atônicas entre outras. Epilepsias Focais incluem distúrbios unifocais e multifocais bem como crises envolvendo um hemisfério. Esse tipo de epilepsia pode cursar com crises focais perceptivas e disperceptivas, crises motoras e não motoras etc. o ECG cursa com ondas epileptiformes focais. As epilepsias com crises focais e generalizadas combinadas ocorrem quando são formadas espiculas-onda generalizadas e ao mesmo tempo descargas epileptiformes focais, como por exemplo, na síndrome de Lennox-Gastaut. Por último, as do tipo desconhecidas que é quando o clínico não consegue fazer o diagnostico do tipo de epilepsia, tendo assim, a de tipo desconhecido.

Síndrome epiléptica

O terceiro nível de classificação é a síndrome epilética, que é um conjunto de características incluindo tipos de crises, EEG e características de imagem, que tendem a ocorrer juntas. Geralmente tem características dependentes da idade tais como idade de início e remissão, desencadeadores de crises, variação diurna e algumas vezes prognóstico. Essas síndromes podem vir acompanhadas de comorbidades, por exemplo, psiquiátricas. Alguns dos tipos comuns de síndromes bem conhecidas são as epilepsias generalizadas idiopáticas e as epilepsias focais autolimitadas

Etiologia

A etiologia da síndrome pode ser bem variada, quanto as etiologias estruturais, genéticas, infecciosas, metabólicas, imunes e desconhecidas

 

Bibliografia

Ingrid E Scheffer et al. Classificação da ILAE das epilepsias: artigo da posição da Comissão de Classificação e Terminologia da International League against Epilepsy. Instruction manual for the ILAE 2017 operational classification of seizure types. Epilepsia. 8 Mar. 2017.

bottom of page